quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Claudio Nunes fala sobre a AIL



Blog na Infonet em 07/02/2013)

Academia Itabaianense de Letras
A Academia Itabaianense de Letras – AIL, cuja criação oficial deu-se no último dia primeiro de fevereiro, teve como idealizador o magistrado Vladimir Souza Carvalho. Essa brilhante iniciativa começou a germinar há cinco anos. Destacamos, a seguir, os nomes dos 15 intelectuais selecionados para integrar o referido sodalício: 1. Abrahão Crispim de Souza; 2. Antônia Amorosa Meneses; 3. Antônio Carlos dos Santos; 4. Antônio Francisco de Jesus; 5. Antônio Samarone Santana; 6. José Augusto Machado; 7. José de Almeida Bispo; 8. Josefa Eliana Souza; 9. José Luciano Góes de Oliveira; 10. José Rivadálvio Lima; 11. Luiz Carlos Andrade; 12. Luciano Correia; 13. Robério Barreto Santos; 14. Vladimir Souza Carvalho e 15. Walter Pinheiro Noronha.
Esquecimento inadmissível. Alberto Carvalho
Um equívoco injustificável verificou-se na solenidade de fundação da Academia de Letras de Itabaiana. Foi a omissão do nome de Alberto Carvalho, escritor de renome nacional, elogiado pela crítica em vários momentos, autor de vários livros, que não foi nem mesmo citado no discurso proferido pelo orador da solenidade, que fez uma retrospectiva das letras itabaianenses ao longo da história. Alberto Carvalho, já falecido, é uma das culturas mais sólidas de Sergipe em todos os tempos.
Esquecimento inadmissível. Alberto Carvalho II
Professor universitário, Alberto teve seu valor reconhecido pela Universidade Federal de Sergipe, que denominou de Professor Alberto Carvalho o “campus” da cidade serrana. Pensamos que uma grande injustiça foi cometida. De qualquer forma, parabéns aos imortais itabaianenses, na certeza de que a Academia recentemente criada muito poderá realizar pelo desenvolvimento literário da cidade de Itabaiana, uma dos mais progressistas municípios de Sergipe.

Blog na Infonet em 8/02/2013

Academia de Letras de Itabaiana. Alberto Carvalho é patrono de uma cadeira
Esclarecimentos do escritor e acadêmico, Antonio Francisco de Jesus, o Saracura: “Alberto  Carvalho é patrono de uma cadeira e todos os novos acadêmicos (quase todos) queriam-no para seu patrono. Coube a sorte a Antônio Samarone de Santana. Quanto ao discurso a que se refere, é uma produção do historiador José de Almeida Bispo (autor de espetaculares vídeos sobre a história de Itabaiana), que adotou a linha que achou justa para expor o que achou necessário expor. Alberto Carvalho está em cada linha do discurso, na cabeça de cada um de nós, apesar de seu nome (como o de muitos outros que fizeram Itabaiana grande) circunstancialmente não aparecerem escritos ou citados aqui e ali. Quem pode com o mundo?  Concordamos plenamente de que Alberto  Carvalho é o nosso grande intelectual.Conheçam um pouco de nossos 15 Escritores que farão parte dos membros Fundadores da Academia Itabaianense de Letras. Um grupo e tanto, eu como sou o caçula da turma às vezes nem sei se mereço estar em meio a tantos ícones da nossa cultura que aprendi desde minhas primeiras letras a admirar. Três desses em especial: Vladimir, Amorosa e Antonio Samarone sempre os admirei (literatura, música e política) e hoje poder estar ombro a ombro com eles é uma sensação incrível. Obrigado por tudo! Leiam e qualquer sugestão podem gritar!

Abrahão Crispim de Souza, jornalista, odontólogo de formação, um dos principais nomes do jornal O SERRANO, - retrato perfeito da Itabaiana da década de setenta e parte de oitenta do século passado -, organizador dos livros Costumes de minha aldeia e outros escritos e Versomania, ambos de seu pai José Crispim de Souza, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Crispim de Souza.

Antonia Amorosa Meneses, cantora, fundadora do grupo Asa Branca, jornalista atuante no Correio de Sergipe, semalmente, marcando sua estreia no campo da literatura com o Vôo rasante, pensamentos, tornando-se, depois, a poetisa de Translúcida e Baú de Graças, e autora de Mateus em Cordel a ocupar a cadeira cujo patrono é José Bezerra.

Antonio Carlos dos Santos, professor universitário, ensaísta político, autor, entre outros, de A politica negada – Poder e corrupção em Montesquieu, A via de mão dupla, tolerância e política em Montesquieu, Intermitências filosóficas – reflexões sobre ação política, além de ser o organizador de Filosofia & Natureza – debates, embates & conexões, a ocupar a cadeira cujo patrono é Francisco Antonio de Carvalho Lima Júnior.

Antonio Francisco de Jesus, economista, jornalista atuante no jornal A CRUZADA, autor de Os tabaréus do sítio Saracura, Meninos que não queriam ser padres, e Minha querida Aracaju aflita, a ocupar a cadeira cujo patrono é o frei Boaventura de Oliveira.

Antonio Samarone Santana, professor universitário, médico e pesquisador, autor de As febres do Aracaju – Dos miasmas aos micróbios, co-autor de Dicionário biográfico de médicos de Sergipe, ocupar a cadeira cujo patrono é Alberto Carvalho.

José Augusto Machado – cronista, autor de Causos de Itabaiana Grande, a ocupar a cadeira cujo patrono é Antonio Silva.

José de Almeida Bispo – pesquisador, autor de quatro documentários sobre a história de Itabaiana feitos em DVD, intitulados, respectivamente, de Histórias dos tempos de vaqueiros, tempos de lendas e tesouros, doces vales de sonhos, sina de estradeiro, estando em preparo o quinto, titularizado de Comércio. Autor do livro Itabaiana, nosso lugar: quatro séculos depois, com lançamento para o próximo mês de março vindouro.

Josefa Eliana Souza, pesquisadora, professora universitária do departamento de história, membro do Instituto histórico, autora de Nunes Mendonça – um escolanovista sergipano, cujo patrono é José Antonio Nunes Mendonça.

José Luciano Goes de Oliveira, ensaista político, professor da UFPE, autor de diversos livros, entre os quais, Sua Excelência o Comissário – análise das práticas judiciárias exercitadas por comissários de polícia no grande Recife; Conflitos coletivos e acesso à Justiça; Le Théme dos Droits de l´Homme et la pensée politique de gauche au Brésil; Do nunca mais ao eterno retorno – uma reflexão sobre a tortura; Imagens da Democracia: os direitos humanos e o pensamento político de esquerda no Brasil; A vergonha do carrasco – uma reflexão sobre a pena de morte; O Bruxo e o Rabugento, ensaios sobre Machado de Assis e Graciliano Ramos; O enigma da democracia – O pensamento de Claude Lefort, e 10 lições sobre Hannah Areudt, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Ademar de Carvalho.

José Rivadálvio Lima – pesquisador, professor, membro do Instituto Histórico de Sergipe, fundador do jornal O Serrano, autor de 25 anos do Colégio Estadual Murilo Braga e Cinquentário do Colégio Estadual Murilo Braga – 1949-1999, a ocupar a cadeira cujo patrono é João Pereira de Oliveira.

Luiz Carlos Andrade – médico, autor de Tópicos em Medicina Interna – apendicite, colecistite, doença diverticular do Cólon, obstrução mecânica do delegado, câncer de pâncreas, insulinoma, VIPoma, glucagonoma, doença de Wilson, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, dermatomiosite juvenil, granulomatose de Wegener, Rabdomiólise, síndrome menopáusica, a ocupar a cadeira cujo patrono é Antonio Oliveira.

Luciano Correia – professor universitário, diretor da Fundação Aperipê, jornalista e ensaísta, autor de Jornalismo e Espetáculo – O mundo da vida nos canais midiáticos, TV Caju e TV Cidade: o conteúdo local no mercado da TV por assinatura em Aracaju, a ocupar a cadeira cujo patrono é Samuel Pereira de Almeida.
Robério Barreto Santos – fotógrafo, professor, romancista, pesquisador e jornalista, criador da revista OMNIA, autor de O vendedor de sereias, Joãozinho Retratista – O mestre da fotografia e O Livro Branco da Fotografia, a ocupar a cadeira cujo patrono é João Teixeira Lobo.

Vladimir Souza Carvalho – magistrado, pesquisador, contista, cronista, poeta, fundador do jornal O Serrano, e folclorista, autor de Quando as cabras dão leite, Mulungu desfolhado, Água de cabaça, Feijão de cego, contos; Sinal verde, trânsito vermelho, poesia; Santas Almas de Itabaiana Grande, A República Velha em Itabaiana, Vila de Santo Antonio de Itabaiana, história; O caxangá na história de Itabaiana, Apelidos em Itabaiana, Adivinhas sergipanas, no folclore; Da Justiça Federal e sua competência, Competência da Justiça Federal, Manual de judicatura aplicada, Manual de competência da Justiça Federal, direito, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Sebrão de Carvalho, sobrinho.

Walter Pinheiro Noronha, odontólogo, autor do livro Bioprogressiva - Vade Mécum - Meu caderno, a ocupar a cadeira cujo patrono é Boanerges Pinheiro de Almeida”.

Comentários sobre Alberto Carvalho – Facebook professor Ludwig (por conta do texto do blog de ontem sobre Alberto Carvalho) 
Gildo Simões Andrade - Grande figura, funcionário do Banco do Brasil desde sua sede na Rua Da Frente, onde vizinho era o
Professor Ludwig com o grande escritor Alberto Carvalho (Foto: arquivo pessoal/Ludwig)
Trapiche, muito amigo de meu pai, José Simões.
Lulu Leite - Certa vez (isso me foi contado pelo próprio Alberto), ele foi a uma concessionária local comprar um carro. Ao fazer o cadastro, o vendedor perguntou qual era a profissão dele, e ele respondeu: "zelador". O vendedor estranhou e ele esclareceu: era responsável pelo condomínio do edifício onde funcionava o Banco do Brasil, e sua função era verificar se tudo estava funcionando certinho (o que um síndico normalmente faz), e depois de explicado, concluiu: "isso não é ser zelador?" rsrsrsrsrsrsrs... ele era dono de um inigualável senso de humor.
Robério Santos - O discurso de Almeida Bispo fez uma retrospectiva da educação em Itabaiana sim mas o simples fato de não conter o nome de Alberto não quer dizer que o mesmo não tenha sido lembrado e vangloriado durante a cerimônia, já que esta não se resumiu a um discurso de 10 minutos e sim uma solenidade de quase duas horas. Aos presentes no ultimo dia 1, estejam cientes que por 3 vezes Alberto foi Lembrado. Quem quiser uma copia do cerimonial deixe o e-mail e fico feliz em compartilhar.
Antonio Samarone - Meu amigo Ludwig Oliveira Ludwig, Alberto Carvalho é o Patrono da cadeira número um, que por coincidência eu ocupo. Como me cabe fazer um retrospectiva sobre Alberto, vou precisar de sua ajuda, como de outros intelectuais que conviveram com Alberto Carvalho.
Clinio Carvalho Guimarães - Alberto foi o meu mestre inesquecível. Tive vários professores muito bons. Lembro dele com uma regularidade de quem se encontra diariamente.
Ludwig Oliveira Ludwig - Olha aí o Robério Santos, grande entusiasta da cultura geral mormente a de Itabaiana, um grande abraço pra vc e vou repassar para o amigo Cláudio Nunes, tenha certeza, ele retificará em seu blog na edição de amanhã... Quanto ao amigo Antonio Samarone lhe digo, sentir-me-ei lisonjeado em respalda-lo naquilo que eu possa, inclusive tenho textos de Alberto Carvalho (áudio) gravado pelo também saudoso Carlos Mota.
Robério Santos - Obrigado, caríssimo amigo Ludwig Oliveira Ludwig, seria uma grande ofensa esquecer Alberto, eu também chiaria caso acontecesse tamanho lapso. Abraço!
Robson Porto - Residência de Alberto Carvalho e em pé Carlinhos filho do Dr. Machado.
Vagner Freitas - Saudades da minha ex-professora OFENÍSIA FREIRE... José Carlos Cruz - Esquecimento inadmissível.
Antonio Torres - Deplorável!!!!!!!!!!!!!
Gleide Selma - sem palavras !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Said Schoucair - Prof Alberto Carvalho grande poeta, boêmio e amigo, bom papo e figura muito querida por todos.
Ricardo Augusto Dantas Brandão - O Prof. Alberto Carvalho foi uma das figuras proeminente da cultura Itabaianense, não poderia ser esquecido, homem das letras de uma cultura vasta, tive a satisfação na UFS ser seu aluno.

(e não foi)

DISCURSO DA SESSÃO DE IMPLANTAÇÃO DA AIL.


·         DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA ITABAIANENSE DE LETRAS.


Meus senhores, minhas senhoras.
Hoje é um dia muito especial para a Itabaiana; para a velha Santo Antônio da Itabaiana. Com a instalação desta instituição, fecha-se aqui um ciclo maravilhoso, mas também árduo, difícil, qual seja, o da intelectualização de um povo, que teve de esperar por mais de três séculos pra ter a primeira escola de verdade, espera que, porém foi compensada a seguir com a torrente de pessoas que buscaram nas letras e no conhecimento técnico refinado e superior uma forma de libertar-se das amarras a que foram submetidas, gerações após gerações. Sergipe assombrou o país, desde a revelação do campista Tobias Barreto de Meneses - que foi professor em Itabaiana entre 1855 e 1861 - às crônicas de Sílvio Romero e a fina sociologia nascente de Manuel Bomfim ou a pena refinadíssima de um João Ribeiro, no gestar e nascer do regime republicano; mas Itabaiana, Santo Antônio da Itabaiana, não logrou a mesma sorte, mesmo sendo a segunda sede municipal do estado. É que faltaram escolas. Uma característica econômica de nossa região que confere certa justiça no campo foi ao mesmo tempo forte entrave para que desde cedo pudéssemos despertar para as letras: fomos e ainda somos uma sociedade de minifundiários. E numa sociedade de pequenos, sem o auxílio do governo, como foi a praxe até os anos 40, restou-nos a escolinha de pé de pau, sem estrutura nenhuma e somente para mal aprender a ler, escrever e contar. Anotem isso, senhoras autoridades aqui presente: Itabaiana é o exemplo bem acabado de que investimentos públicos bem focados produzem milagres. Nós não tivemos a sorte da opulência popularizada das Laranjeiras, ou da opulência aristocratizada estanciana, lagartense, santamarense, japaratubense... enfim, dos municípios que, quase todos mais novos que o nosso viram o progresso lhes chegar mais cedo; e pelas suas características produzir para o país os nomes consagrados na intelectualidade brasileira, que tanto nos orgulha a todos os deste pequenino estado. E aqui estamos nós, 76 anos depois da primeira escola de verdade, o grupo escolar Guilhermino Bezerra, a trilhar as veredas abertas a ferro e fogo, se não com sangue, mas com muito suor e lágrimas pelo quase autodidata Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior, avivada por José Sebrão de Carvalho e enfim pelo primeiro grande nome itabaianense de projeção nacional: Maria Thétis Nunes. Curiosamente, todos eles, historiadores. De fato, não tivemos tempo para a prosa e a poesia; não pudemos, na fase áurea da escrita, quando esta tanto se avolumou e era ainda a única forma de transmissão organizada de conhecimentos, formarmos grandes jornalistas, escritores.... nossa poesia foi heroicamente defendida por gente simples como Etelvina Amália de Siqueira, e quando falo em heroica é porque a facilidade que se tem hoje para publicar uma obra, mesmo para os bem posicionados economicamente era naqueles tempos uma via crúcis; que dirá uma sociedade de pequenos; pequenos comerciantes, pequenos agricultores e obviamente pequenos prestadores de serviço. Portanto, em que pese nosso município está com mais de quatro séculos de colonização europeia e se aproximando dos três e meio de institucionalizado como unidade administrativa, intelectualmente ele é uma criança. Uma criança que começa a nascer pra valer em 1936, que toma um vigoroso tônico em 1949 e assume a maturidade em 1969 com simultaneamente dois acontecimentos positivos: a chegada do Segundo Grau à cidade e a fundação do primeiro periódico que realmente fez nascer o jornalismo entre nós: o jornal O Serrano. Coincidentemente, dentre os 15 membros desta Academia hoje empossados, três dos cinco com certa dose de pioneirismo nas letras desta terra tiveram seu batismo de fogo ali: Abraão Crispim de Souza, José Rivadávio Lima e Vladimir Souza Carvalho. Mas, mais do que isso, além dos três citados, todos os demais somos produtos de um novo tempo que começou, como disse há 76 anos; recebeu forte impulso em 1949 e desde então não parou de se multiplicar. Conta-se nos dedos as pessoas de Itabaiana que puderam estudar fora até 1950. Alguns, inclusive, que o fizeram justo por terem se mudado em definitivo, como foi o caso da então garotinha Maria Thétis Nunes, em 1935. Mas, depois de 1960, Itabaiana torna-se cada vez mais um lugar de produção intelectual e isso se vai observar, desde a prática jornalística de um garoto que não queria ser padre, apenas padecer, enviado pro seminário em 1958, uma das raras oportunidades de romper o cordão de isolamento intelectual que se tinha, o nosso Antônio Francisco de Jesus, ao grande expoente itabaianense na capital pernambucana, José Luciano Goes de Oliveira. Em particular, em 1966 um jovem filho de um pequeno comerciante do interior seguia para a capital para se preparar para nos presentear, incialmente com uma obra histórica, a primeira do gênero, a abordar a historiografia de Itabaiana de uma forma mais compacta, já em 1973: Vladimir Souza Carvalho. E não parou por aí. Das suas experiências e de seus colegas de Serrano, uma nova geração cresceu. Esse mesmo movimento inspirou a escrita, desde gente simples como o comerciante José Crispim de Souza, a doutos como a professora Josefa Eliana de Souza, e nossos médicos Luiz Carlos Andrade, Walter Pinheiro Noronha e Antônio Samarone. E não mais parou. No início dos 80 as experiências de O Serrano ainda ecoavam e eis que aparecem com ele, vindo dele ou por inspiração nele mais uma geração, na qual me incluo, mas principalmente que contempla Abraão Crispim, e logo a seguir Luciano Correia e Antônia Amorosa. Mais recentemente tivemos a grata satisfação de resgatar grande parte de nossa cultura popular, tirando-a da simples oralidade para a escrita. Trata-se da conversão em escritor do localmente conhecidíssimo José Augusto Machado, ou, popularmente Zé Augusto Baldók. Baldok, um excelente contador de causos que estreou nas letras num efêmero periódico do jornalista Carlos Alberto Pinheiro, e conseguimos convencê-lo, a duras penas, a permanecer grafando seus contos e causos em um também efêmero jornal que publicamos. Daí migrou para uma coluna fixa na Revista Perfil, onde, estimulado pelos amigos e pelo próprio editor da mesma lançou seu primeiro livro Causos de Itabaiana Grande; ora em preparo do segundo volume mesmo. Por fim, uma grata revelação: a entrada em cena do aparecidense Robério Barreto Santos. Em pouco tempo esse jovem escritor, editor e fotógrafo conseguiu publicar várias obras, incluindo sua revista mensal Omnia, e numa busca frenética fantástica, tem reunindo um maravilhoso catálogo de fotografias antigas, muitas delas inéditas, sobre a história e a cultura itabaianense; além das obras em construção... simplesmente, parte do que hoje estamos tendo aqui, é por justiça, atribuído ao estímulo proporcionado pelo seu trabalho destes últimos tempos. Há ainda vários outros itabaianenses que recentemente também mergulharam na arte da escrita, mas não os citarei aqui, dado à especificidade deste momento.
Senhores e senhoras, recentemente, há precisamente um ano e meio tivemos aqui em nossa cidade o primeiro evento eminentemente devotado à arte da escrita: tratou-se da Bienal 2011. É indescritível pra mim a satisfação que tive ao presenciar ali tanta gente de Itabaiana expondo suas obras. E por que isso? Porque eu venho de uma jornada de mais dez anos de pesquisa onde passei um pente fino até onde pude alcançar em nossa história. E eu vivi cada citação dos governos provinciais sobre as dificuldades em gerir a escola pública, da qual sempre necessitamos; senti o drama de nossos antepassados, condenados a viver na escuridão e limitação do analfabetismo; me imaginei vendo cenas de mães e pais desesperados com a sina de não poder dar ao filho o que meu pai, honrosa e prazerosamente me deu: a condição de estudar... e cada momento desse que vivi, em senti a tristeza de não ter feito Tobias Barreto em Itabaiana, e sim em Olinda a sua estrondosa revelação de intensa capacidade intelectual que ainda hoje ecoa no país; a tristeza de não ter tido durante mais de um século e meio nenhum grande orador na tribuna da Casa Legislativa dos sergipanos, em que pese Itabaiana pouquíssimas vezes ter ficado sem representação naquela Casa, e obviamente também ausente no Congresso Nacional, mesmo tendo eleito um dos dois primeiros deputados que este Estado elegeu para a União; a tristeza de não ter entre os grandes juristas da nação, e até mesmo do Estado ninguém nascido e educado em Itabaiana, mesmo levando em conta o município original do Cafuz à divisa com o estado da Bahia... enfim, de não ter ninguém do porte de nossos irmãos sergipanos de outros municípios dos quais já falei de uns poucos. Um lugar condenado ao trabalho árduo pela sobrevivência; e sem esperanças maiores, salvo a escolha de abandonar pra sempre a sua terra se aspirando crescimento. Hoje, contudo, dá prazer em lermos cada listagem de aprovados nos inúmeros vestibulares; em chegarmos aos templos de conhecimento como o Campus da Universidade Federal de Sergipe e lá encontrarmos tantos itabaianenses, alguns na condição especial de nosso colega Antônio Carlos dos Santos, aqui hoje também empossado; e cujo currículo por si só já espelha sua vida intelectual.
Esta instituição, senhores e senhoras, é, portanto, o coroamento de um processo que é inexaurível desde que começado; que, mesmo trazendo um sinal do tardio progresso educacional de nossa terra, nos enche de alegria e até uma pontinha de orgulho porque demonstra que somos um povo que sabe agarrar as oportunidades quando elas se nos apresentam. E que nunca mais seremos os mesmos. Sua criação, contudo, não é um fim; representa o término de uma etapa, mas principalmente o rápido engatilhamento de outra que já lhe sucede. E que há de produzir maravilhosamente doravante pra compensar nossos três séculos e meio de estagnação.Muito obrigado a todos e que Deus nos conduza.

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O autor:
José de Almeida Bispo, Mangabeira, Itabaiana, Sergipe, 08 de outubro de 1959. Radialista, publicitário, fundou, editou e publicou os efêmeros jornais Tribuna do Povo (mar-abril, 1982), mensal; e o semanal Serrashopping, tentativa de classificados que ficou somente em periódico comum, entre setembro de 1999 a março de 2000. Lançou em 26 de março de 2001 na internet o primeiro portal de Itabaiana, com informações gerais sobre o município, inclusive jornalísticas, inicialmente intitulado itabaiana.inf.br e a seguir rebatizado de portalitabaiana.com.br, permanecendo em rede até agosto de 2003. Fruto deste trabalho pioneiro, também criou sob contrato e lançou na rede em 2002 os portais da Câmara Municipal de Itabaiana e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabaiana-CDL. Pesquisador sobre a História itabaianense, criou, produziu, editou e publicou a série de documentários em DVD, Itabaiana, Quatro séculos: a História de um povo, com quatro episódios já publicados (Volume 1, História dos Tempos dos Vaqueiros; volume 2, Tempos de Lendas e Tesouros; volume 3, Doces Vales de Sonhos, e volume 4, Sina de Estradeiro), e em finalização o volume 5 e último da série, ainda sem título, com temática centralizada no comércio. Como também frutos destas pesquisas está no prelo o livro “Itabaiana, nosso lugar: Quatro séculos depois”, e em preparo “Sergipe: referências na coleção dos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro”, sem data prevista para publicação.
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Solenidade da Implantação da AIL


solenidade academia itabaianense de letras

Ocorrida às 19:00 no salão nobre do Rotary Clube de Itabaiana, no dia 01 de fevereiro de 2013



CERIMONIALISTA:
Senhoras e Senhores, pedimos a atenção e o silêncio de todos os presentes para que possamos iniciar a sessão solene de instalação da Academia Itabaianense de Letras. Solicitamos a todos os senhores que desliguem o celular ou o mantenha no modo avião.

Para presidir os nossos trabalhos, convidamos o acadêmico-fundador Vladimir Souza Carvalho.

Convidamos agora o Dr. Valmir dos Santos Costa, Prefeito Municipal, para tomar assento a mesa.

Convidamos o acadêmico José Anderson Nascimento, presidente da Academia Sergipana de Letras, para tomar assento a mesa.

Convidamos o ..................................................................................., para tomar assento a mesa,

Convidamos  o  ............................................................., para tomar assento a mesa.

Convidamos o ..............................................................., para tomar assento a mesa.

Constituída a mesa, convidamos a todos para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.


Registramos, com muita honra, a presença de .................................................................................................................................................


Registramos a presença dos acadêmicos-fundadores, senhores Abrahão Crispim de Souza, Antonia Amorosa Meneses, Antonio Carlos dos Santos, Antonio Francisco de Jesus, Antonio Samarone Santana, José Augusto Machado, José de Almeida Bispo, Josefa Eliana Souza, José Luciano Gois de Oliveira, José Rivadálvio Lima, Luciano Correia Santos, Luiz Carlos Andrade, Robério Barreto Santos, Vladimir Souza Carvalho e Walter Pinheiro Noronha.

Registramos a chegada de várias manifestações e telegramas.

(O cerimonialista lê as manifestações e os telegramas).





Senhoras e Senhores, a Academia Itabaianense de Letras nasce constituída de vinte e seis  cadeiras, tendo como patronos  itabaianenses, que se destacaram no campo das letras, no campo da música, no campo da fotografia, no campo da poesia popular e na de artista de circo, além da possibilidade de serem criadas outras cadeiras, prestigiando pessoas outras, nascidas em plagas além da Serra, que deixaram firmadas seu nome em ocorrências positivas que dignificam sua passagem por esta cidade.

Por ora, as vinte e seis cadeiras estão devidamente batizadas, e de acordo com a ordem alfabética, aplicada na sua numeração, são os seguintes os patronos de cada cadeira:

Cadeira n. 1:   Alberto Carvalho, poeta, cronista, contista, crítico e memorialista.
Cadeira n. 2:   Antonio Oliveira, cronista e memorialista.
Cadeira n. 3:   Antonio Silva, músico e compositor.
Cadeira n. 4:   Boanerges Pinheiro de Almeida, músico e compositor.
Cadeira n. 5:   Boaventura de Oliveira (frei), memorialista, cronista, escritor sacro.
Cadeira n. 6:   Esperidião Noronha, músico e compositor.
Cadeira n. 7:   Etelvina Amália de Siqueira, poetisa.
Cadeira n. 8:   Francisco Alves de Carvalho Júnior, músico e compositor.
Cadeira n. 9:   Francisco Antonio de Carvalho Lima Júnior, historiador, poeta e contista.
Cadeira n. 10: João Canário de Oliveira, cantador popular.
Cadeira n. 11: João Pereira de Oliveria, cronista e memorialista.
Cadeira n. 12: João Teixeira Lobo, fotógrafo.
Cadeira n. 13: José Ademar de Carvalho, músico e compositor.
Cadeira n. 14: José Antonio Nunes Mendonça, cronista e pedagogo.
Cadeira n. 15: José Bezerra, artista de circo.
Cadeira n. 16: José Crispim de Souza, poeta, cronista e contista.
Cadeira n. 17: José de Araújo Mendonça (padre), filósofo.
Cadeira n. 18: José Fernando de Araújo Mendonça, processualista.
Cadeira n. 19: José Gumercindo dos Santos (padre), memorialista.
Cadeira n. 20:  José Olintho de Oliveira, músico e compositor.
Cadeira n. 21: José Rivaldo Santana, técnico em segurança.
Cadeira n. 22: José Sebrão de Carvalho, sobrinho, historiador, cronista e poeta.
Cadeira n. 23: Maria Thétis Nunes, historiadora.
Cadeira n. 24: Miguel Teixeira da Cunha, fotógrafo.
Cadeira n. 25: Percilio da Costa Andrade, fotógrafo.
Cadeira n. 26: Samuel Pereira de Almeida, músico e compositor.












Por outro lado, se constituem em acadêmicos-fundadores, por ordem alfabética, as seguintes pessoas:

Abrahão Crispim de Souza, odontólogo,  jornalista, um dos principais nomes do jornal O SERRANO, - retrato perfeito da Itabaiana da década de setenta e parte de oitenta do século passado -, organizador dos livros Costumes de minha aldeia e outros escritos e Versomania, ambos de seu pai José Crispim de Souza, a ocupar a cadeira cujo patrono é o mesmo José Crispim de Souza.

Antonia Amorosa Meneses, cantora, fundadora do grupo Asa Branca, jornalista atuante no Correio de Sergipe, semalmente, marcando sua estreia no campo da literatura como Vôo rasante, pensamentos, tornando-se, depois, a poetisa de Translúcida  e Baú de Graças, e de Mateus em Cordel, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Bezerra.

Antonio Carlos dos Santos, professor universitário, ensaísta político, autor, entre outros, de A politica negada – Poder e corrupção em Montesquieu; A via de mão dupla, tolerância e política em Montesquieu; Intermitências filosóficas – reflexões sobre ação política, além de ser o organizador de Filosofia & Natureza – debates, embates & conexões,  a ocupar a cadeira cujo patrono é Francisco Antonio de Carvalho Lima Júnior.

Antonio Francisco de Jesus, jornalista atuante no jornal A Cruzada na condição de redator, autor de Os tabaréus do sítio Saracura, Meninos que não queriam ser padres, e Minha querida Aracaju aflita, a ocupar a cadeira cujo patrono é o frei Boaventura de Oliveira.

Antonio  Samarone Santana,  médico, professor universitário, membro da Academia Sergipana de Medicina, pesquisador, autor de As febres do Aracaju – Dos miasmas aos micróbios, co-autor de Dicionário biográfico de médicos de Sergipe,  ocupar a cadeira cujo patrono é Alberto Carvalho. 

José Augusto Machado – cronista, colaborador da revista Perfil, autor de Causos de Itabaiana Grande, com outro volume em preparação, a ocupar a cadeira cujo patrono é Antonio Silva.

José de Almeida Bispo – pesquisador, autor de quatro documentários sobre a história de Itabaiana em DVD, intitulados, respectivamente, de Histórias dos tempos de vaqueiros, tempos de lendas e tesouros, doces vales de sonhos, sina de estradeiro, estando em preparo o quinto, titularizado de Comércio, e autor do livro Itabaiana, nosso lugar: quatro séculos depois, com lançamento para o mês de março vindouro, a ocupar a cadeira cujo patrono é Maria Thétis Nunes.

Josefa Eliana Souza, professora universitária, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, pesquisadora, co-autora do Catálogo das escolas municipais de Aracaju, e autora de Nunes Mendonça – um escolanovista sergipano, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Antonio Nunes Mendonça.

José Luciano Gois de Oliveira, professor universitário aposentado, cronista, ensaísta político, autor de artigos em diversos jornais e revistas, entre eles o jornal O SERRANO, onde iniciou suas atividades na arte de escrever, autor, também, de inúmeros livros, entre os quais,  Sua Excelência o Comissário – análise das práticas judiciárias exercitadas por comissários de polícia no grande Recife; Conflitos coletivos e acesso à Justiça; Le Théme dos Droits de l´Homme et la pensée politique de gauche au Brésil; Do nunca mais ao eterno retorno – uma reflexão sobre a tortura; Imagens da Democracia: os direitos humanos e o pensamento político de esquerda no Brasil; A vergonha do  carrasco – uma reflexão sobre a pena de morte; O Bruxo e o Rabugento, ensaios sobre Machado de Assis e Graciliano Ramos; O  enigma da democracia – O pensamento de Claude Lefort, e 10 lições sobre Hannah Areudt, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Ademar de Carvalho.

José  Rivadálvio Lima – professor, pesquisador,  membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, fundador do jornal O SERRANO, autor de Colégio Estadual Murilo Braga: 25 anos de serviço a educação, 1949-1974, e Cinquentário do Colégio Estadual Murilo Braga – 1949-1999, a ocupar a cadeira cujo patrono é João Pereira de Oliveira. 

Luiz Carlos Andrade – médico, poeta bissexto, autor de Tópicos em Medicina Interna – apendicite, colecistite, doença diverticular do cólon, obstrução mecânica do delgado, câncer de pâncreas, insulinoma, VIPoma, glucagonoma, doença de Wilson, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, dermatomiosite juvenil, granulomatose de Wegener, Rabdomiólise, síndrome menopáusica, a ocupar a cadeira cujo patrono é Antonio Oliveira.

Luciano Correia Santos – professor universitário, jornalista, diretor da Fundação Aperipê,  cronista, ensaísta, poeta, autor de Jornalismo e Espetáculo – O mundo da vida nos canais midiáticos; e TV Caju e TV Cidade: o conteúdo local no mercado da TV por assinatura em Aracaju, a ocupar a cadeira cujo patrono é Samuel Pereira de Almeida.

Robério Barreto Santos – professor,  fotógrafo – e, como fotógrafo, reuniu por doações um acervo fotográfico de Itabaiana desde os primeiros tempos de cidade, estando em seus projetos um álbum neste sentido -, romancista, pesquisador e jornalista, criador da revista OMNIA, editada mensalmente, autor de O vendedor de sereias; Joãozinho Retratista – O mestre da fotografia; e O livro branco da fotografia, a ocupar a cadeira cujo patrono é João Teixeira da Cunha. 

Vladimir Souza Carvalho – magistrado, pesquisador, contista, cronista, poeta,  folclorista, jurista, redator durante vários anos do jornal O SERRANO, colaborador, quinzenalmente, dos jornais Correio de Sergipe e Diário de Pernambuco, autor de Quando as cabras dão leite, Mulungu desfolhado, Água de cabaça, Feijão de cego, contos; Sinal verde, trânsito vermelho, poesia; Santas Almas de Itabaiana Grande, A República Velha em Itabaiana, Vila de Santo Antonio de Itabaiana, história; O caxangá na história de Itabaiana, Apelidos em Itabaiana, Adivinhas sergipanas, folclore; Da Justiça Federal e sua competência, Competência da Justiça Federal, Manual de judicatura aplicada, Manual de competência da Justiça Federal, direito, com artigos jurídicos, contos e crônicas publicados em diversas revistas e livros, a ocupar a cadeira cujo patrono é José Sebrão de Carvalho, sobrinho.

Walter Pinheiro Noronha, professor universitário, odontólogo, autor de Bioprogessiva – Vade Médum – Meu Caderno, com edição também em língua espanhola, a ocupar a cadeira cujo patrono é Boanerges Pinheiro de Almeida.

São estes, Senhoras e Senhores, os acadêmicos-fundadores da Academia Itabaiananense de Letras.

Peço a todos os presentes uma salva de palma para os acadêmicos-fundadores.   

As cadeiras vagas já nominadas, apresentam como patronos Esperidião Noronha, João Canário de Oliveira, Padre José de Araujo Mendonça, José Fernando de Araújo Mendonça, padre José Gumercindo Santos, José Olintho de Oliveira, José Rivaldo Santana, Miguel Teixeira da Cunha e Percílio da Costa Andrade, que, por  seu turno, serão preenchidas, paulatinamente, no decorrer do tempo, tão logo sejam aprovados os estatutos da Academia Itabaianense de Letras.

Agora, neste exato momento, vamos ouvir uma pequena apresentação do Quinteto dos metais, da Filarmônica Nossa Senhora da Conceição.

Senhoras e senhores, para abrir os trabalhos, passo a palavra ao presidente da mesa, acadêmico-fundador Vladimir Souza Carvalho.


Palavras do acadêmico-fundador Vladimir Souza Carvalho: Estamos vivendo, para nossa alegria, um momento essencialmente histórico, traduzido na instalação da Academia Itabaianense de Letras, fato que, aliás, se casa perfeitamente com a produção livresca que vem ocorrendo, desde a década de setenta, do século passado, aqui e alhures, tendo nossos conterrâneos itabaianenses como autores. São tantos os livros publicados, por diversas pessoas, que uma academia, como centro a reunir todos os que se dão ao prazer e dilentantismo de escrever e publicar, se fazia, como se faz, por demais, necessária.

A Academia Itabaianense de Letras vem, justamente, se tornar a entidade a abrigar em seu colo e ao seu redor todo esse bravo pessoal que aprendeu a externar seu talento e sua teimosia nas páginas de um livro, em todos os ramos da cultura. Por ora, é apenas uma semente lançada em uma terra fértil. Amanhã, esta semente há de se transformar numa grande árvore, apta a abrigar  na sombra e proteção de seus galhos todos os nossos conterrâneos que enveredarem também pelo caminho das letras e dos livros. 

Dou, assim, por iniciada a sessão de instalação da Academia Itabaianense de Letras.

Devolvo a palavra ao cerimonialista.




CERIMONIALISTA:
 Convido a acadêmica-fundadora Antonia Amorosa Meneses para prestar o juramento de praxe, convidando os demais acadêmicos-fundadores a ficarem em pé, com a mão direita estendida para a frente, a fim de repetir o juramento.

            Juro cumprir as normas do Estatuto e Regimento interno – a serem objetos de apresentação, discussão e aprovação – da Academia Itabaianense de Letras e tudo fazer para o engrandecimento cultural de Itabaiana e do Estado de Sergipe.

Passo a palavra ao acadêmico Vladimir Souza Carvalho:

Acadêmico Vladimir Souza Carvalho: Declaro empossados, na condição de membros da Academia Itabaianense de Letras, os senhores Abrahão Crispim de Souza, Antonia Amorosa Meneses, Antonio Carlos dos Santos, Antonio Francisco de Jesus, Antonio Samarone Santana, José Augusto Machado, José de Almeida Bispo, Josefa Eliana Souza, José Luciano Gois de Oliveira, José Rivadálvio Lima, Luciano Correia Santos, Luiz Carlos Andrade, Robério Barreto Santos, Vladimir Souza Carvalho e Walter Pinheiro Noronha.

Por fim, com muita honra e extrema alegria, declaro instalada a Academia Itabaianense de Letras.

[Neste momento, toca-se o Hino da Associação Olímpica de Itabaiana].

CERIMONIALISTA:
Convido, para falar, em nome dos acadêmicos, o acadêmico José de Almeida Bispo.

(Depois):

Passo a palavra ao Dr. Valmir dos Santos Costa, Prefeito Municipal de Itabaiana.

(Depois):

Passo a palavra ao acadêmico José Anderson Nascuimento, presidente da Academia Sergipana de Letras.

A palavra está facultada.

CERIMONIALISTA:
Não havendo quem dela queira fazer uso, ou, não havendo mais quem dela queira fazer uso, devolvo a palavra ao acadêmico Vladimir Souza Carvalho, para as palavras de encerramento.





Palavras do acadêmico Vladimir Souza Carvalho: A semente está plantada. O que virá pela frente se inclui no incerto, como obra do destino, ou, como se afirma, comumente: o futuro a Deus pertence. De certo, no dia primeiro de março próximo fluente, às 15 horas, neste mesmo local, para ter lugar à primeira sessão ordinária da Academia Itabaianense de Letras, ficando os senhores acadêmicos desde já convocados para dela participar. Agradeço a presença de todos que para aqui se locomoveram.  Está encerrada a sessão.



CERIMONIALISTA:
Convidamos os presentes a ouvirem, de pé, o Hino de Itabaiana.

Antes de encerrar os trabalhos, comunicamos que os acadêmicos posarão juntos, em frente à mesa.  Depois, os senhores acadêmicos receberão os cumprimentos dos presentes, ocasião em que será servido a todos um coquetel.