POTESTAS MONTIS
Neste ano de 2013, da II Bienal do Livro, ocorrida em Itabaiana-Se, temos outra efeméride, a fundação da Academia Itabaianense de Letras, cujo lema é POTESTAS MONTIS, significando, segundo o fundador Saracura, “a riqueza da Serra, a verdadeira riqueza (o patrimônio, o poder) que é o saber, é o LEMA da Academia Itabaianense de Letras.” Através do opúsculo, ora sob leitura, sabemos que foram escolhidos 30 patronos, sendo os acadêmicos, aos poucos, solenemente recepcionados em suas cadeiras. O Antônio Francisco de Jesus, Saracura, autor dos livros OS TABARÉUS DO SÍTIO SARACURA, MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES, MINHA QUERIDA ARACAJU AFLITA e TAMBORES DA TERRA VERMELHA, é o titular da cadeira número 6, cujo patrono é Boaventura de Oliveira. Tradicionalmente os acadêmicos, ao serem empossados, saúdam seus patronos. Saracura, empossado em plena Bienal (18/10/2013), no elogio a Boaventura, literalmente em tom discursivo, exalta os livros que o homenageado escreveu, refletindo “ousadia de enfrentar os bloqueios instituídos”. Louva, também, “todos os escritores de qualquer lugar, que criam, eternizam”. Garanto-lhes, a narrativa de como o acadêmico conseguiu cópias da certidão de nascimento e do batistério de Boaventura, por si, é uma obra literária! E sua invectiva final merece ser reproduzida: “É necessário que as fontes primárias de nossa documentação sejam digitalizadas, antes que as traças as estraçalhem, antes que os fungos e cupins as consumam de vez.” Boaventura, narra o Imortal, foi padre, casou e teve três filhos, voltando a ser padre após a viuvês. Saracura conclui citando Boaventura: “Se meus escritos não contribuírem para a glória do meu Senhor e bem de meu semelhante, desapareçam. Desapareçam pelos ares, como algo sem valor e sem destino. Tenham a sorte da fumuça, o que não passou de fumaça.” Longa vida a ambos, na memória dos sergipanos! — com José De Almeida Bispo e outras 4 pessoas.
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